12 de set. de 2009

Descansei a cabeça no travesseiro e dormi

31 de ago. de 2009

Me apunhalei, fui apunhalada, como quiser.
Como as pessoas são tiradas de nós, tão rápido, tão miseravelmente.
Aquilo que sempre foi tudo, se reduz ao nada, ao desconhecido.
Quantas vezes já te tiraram coisas que você imaginava não perder?
Quantas vezes ouviu coisas que você não imaginava ouvir?
Quantas vezes perdeu, mesmo não querendo?
Não tenho muita coragem pra terminar esse texto.

25 de ago. de 2009

Sem Título

Não vejo mais calos a serem feitos, além do passado.
Fiz-me de besta por pensar que erros já cometidos não seriam repetidos.
Não enxergo o que é certo fazer. Pois o que considero certo agora, pode ser o errado mais tarde.
Achei que sabia. Hoje já não tenho tanta certeza.

Arrependi-me

É tão simples que não precisa de muita explicação.
Do que foi feito, arrependi-me.

22 de ago. de 2009

Obsessão

Entrou na minha alma muito rápido. Não faço ideia de como tirá-lo. Me consome cada dia mais, e eu gosto dessa sensação de ser possuída. Eu choro á toa, não me controlo, falo e ouço coisas sem sentido pro que verdadeiramente a gente sente. É amor com tom de obsessão. Poucos sentem. A pessoa vira única e exclusivamente tua, você esquece do passado dela, e se considera como único futuro. E futuro eterno.
O "eu amo você" quase não surte mais efeito. Não é mais completo. Não preenche. Por um único motivo: você sabe que é muito mais do que amor. É aquilo que chamam de tampa da panela, metade da laranja, alma gêmea. Muito mais que essas simples palavras que não preenchem o sentido de estar ao seu lado. Sempre foi muito mais que isso. A pessoa te abala em todos os sentidos da palavra, tanto pro bem quanto pro mal. Controla teus pensamentos, o pulso, até mesmo tua respiração. Desperta coisas que você nunca imaginou sentir por uma pessoa. Começa a fazer parte do teu dia-a-dia. Provoca abstinência. Se sentir completo é muito bom. E olhando nos teus olhos sinto isso ser melhor.



(Fernanda Garcia)

Dedico a pessoa que me faz feliz, me faz sentir que sou completa. Te amo muito.

19 de ago. de 2009

A hora da estrela

Desculpai-me mas vou continuar a falar de mim que sou meu desconhecido, e ao escrever me surpreendo um pouco pois descobri que tenho um destino. Quem já não se perguntou: sou um monstro ou isto é ser uma pessoa?
Quero afiançar que essa moça não se conhece senão através de ir vivendo á toa. Se tivesse a tolice de se perguntar "quem sou eu?" cairia estatelada e em cheio no chão. É que "quem sou eu?" provoca necessidade. E como satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto.
Pergunto-me se eu deveria caminhar á frente do tempo e esboçar logo um final. Acontece porém que eu mesmo ainda não sei bem como esse isto terminará. E também porque entendo que devo caminhar passo a passo de acordo com um prazo determinado por horas: até um bicho lida com o tempo. E esta é também a minha mais primeira condição: a de caminhar paulatinamente apesar da impaciência que tenho em relação a essa pessoa.
Nunca fui tão boa com palavras.
Misturar sentimentos com sílabas não é tão fácil..

3 de mar. de 2009

Pensar é transgredir

Lendo esse texto de Bya Luft, concluí que pensar é transgredir, é essencial para nos tornarmos mais humanos, e menos máquinas.




Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido. Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!" O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação. Sem ter programado, a gente pára pra pensar. Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se. Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida. Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada. Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

9 de fev. de 2009

Chove dentro de mim,
e eu já nem sei qual será
a próxima previsão.

8 de fev. de 2009

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar
Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó
Preste atenção querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés



Cartola